Disciplina - Cinema

Cinema Paranaense - 2a. época

A SEGUNDA ÉPOCA 1931 - 1968

Alvetti (2005) pontua que esse período foi dominado por produções para o Governo. A atuação do Departamento de Imprensa e Propaganda do Paraná (DEIP), monopolizou produção e profissionais nos cinejornais oficiais entre 1932 e 1945. Desta forma, as produções ficaram muito dependentes do Governo. Nas décadas seguintes as produções ainda continuaram dependentes do Estado e as filmagens eram, na sua maioria, cenas de registros de eventos oficiais.

O primeiro laboratório com som no Paraná foi construído por Eugênio Felix, na década de 40. (Back, 1967). Felix, como muitos cinegrafistas da época, também trabalhou para o DIP, e foi um dos principais realizadores dos cinejornais locais. Era proprietário de uma produtora chamada a Companhia Cinematográfica Paranaense. (SANTOS, 2005).

O pesquisador Francisco Alves dos Santos (2005) destaca a importância de Wladimir Kosak para o cinema paranaense. O cinegrafista realizou, juntamente com o antropólogo José Loureiro Fernandes, da Universidade Federal do Paraná, um clássico do documentário Os índios Xetás na serra dos dourados (1953/54). O documentário também é importante por registrar o cotidiano da hoje extinta tribo do noroeste do Estado. Além disso, Kosak fez diversos registros sobre o patrimônio ambiental do Paraná: o litoral, os campos gerais, as regiões oeste e noroeste, os núcleos de imigrantes, entre outros.

Os anos 50 foram marcados por tentativas frustradas de produzir longas-metragens de enredo. Esse sonho foi realizado, apenas na segunda metade da década de 60, com o lançamento de três longas, quase que simultaneamente: Senhor Bom Jesus da Cana Verde (1967), Maré Alta (1968) e Lance Maior (1968). Gabrielângelo Caramore, que era frei capuchinho, e Juracy Garanhani foram os diretores do primeiro longa, na cidade de Siqueira Campos. (SANTOS, 2005).

Nesse período surge o grande nome do cinema paranaense, Sylvio Back, que começou com curta-metragem em 1964 e, em 1968, dirigiu o segundo longa-metragem de enredo do Paraná, Lance Maior. Nesta mesma época começam a se desenvolver debates nos cineclubes, mesmo que timidamente. (ALVETTI, 2005). Sylvio Back faz um breve relato sobre o panorama do cinema na década de 60:

Até hoje não vingou um longa-metragem sequer no Paraná. Em compensação, ao longo de mais de sessenta anos, Curitiba se viu filmada e testemunha a atividade de várias pessoas – praticamente desconhecidas da nova geração – que audaciosamente se entregaram à realização de filmes. Quase todos preferiram captar realidade, desprezando a fita de enredo. Fizeram momentos históricos, acontecimentos sociais, registraram a evolução da cidade, suas ruas (...). (BACK, 1967:10).

Apenas no final da década de 60 que o Paraná começa timidamente a produzir seus longas-metragens. Ainda assim, os curta continuariam dominando o mercado paranaense.

Fonte: ALVETTI, C. Cinema do Paraná - elementos para uma história. In: 3º Encontro Nacional da Rede Alfredo de Carvalho, 2005, Novo Hamburgo. GT de História da Mídia Audiovisual, 2005.

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