Disciplina - Cinema

Cinema Paranaense - 3a. época

A TERCEIRA ÉPOCA 1969 - 1991

No final da década de 60, a produção de documentários continua predominante, mas começa a dividir espaço com filmes de enredo. (ALVETTI, 2005)

Em 5 de janeiro de 1973, criada pela Lei Municipal n° 4545, nasceu a Fundação Cultural de Curitiba “com a abrangente tarefa de formular a política cultural do município”. (MENDONÇA, 1996: 23). De maneira precária, a Fundação, que se instalara no Teatro Paiol, desenvolvia projeções de cinema no teatro. Em torno dela se formou um grupo de interessados que acabou gerando a Cinemateca.

Em 1975 foi inaugurada a Cinemateca do Museu Guido Viaro, além de cursos, conferências e seminários sobre cinema, a instituição teve projeção nacional com pesquisa e recuperação de filmes antigos. (MENDONÇA, 1996).

Como observa Celina Alvetti, as ações da Cinemateca e o movimento superoitista, desencadearam uma renovação estética, “daí os projetos sustentados na experimentação, marcadamente alternativos em pensamento e no uso dos meios de produção”. (ALVETTI, 2005:07) Alguns realizadores nesse movimento foram José Augusto Iwersen, Fernando Severo e os irmãos Wagner, todos pioneiros da animação paranaense.

Santos (2005) explica que a facilidade do manuseio do equipamento do Super-8 e os custos baixos fizeram com que esse período se caracterizasse por um aumento nas produções de filmes no Estado. Alguns filmes começam a ganhar prêmios nos principais festivais, como Dzien Dobre Panie (1974), de Ivens Fontoura, Pensamentos (1975), de Wellington Carlos, cineclubista em Maringá, Cidade dos Executivos (1978), dos irmãos Wagner, dentre outros.

O autor ainda revela que os festivais tiveram papel importante na expansão do movimento Super-8. Em abril de 1975 foi realizado em Curitiba o I Festival Brasileiro do Filme Super-8, coordenado por Sylvio Back. Outro festival que permitiu o intercâmbio de informações e consolidação do movimento local foi A Mostra Nacional de Filme em Super-8, da Escola Técnica Federal do Paraná, antigo CEFET, que contou com a ajuda da Cinemateca. Este último evento teve cinco edições – de 1975 a 1979.

Em março de 1976, na cidade de Londrina, é fundada a Associação Londrinense de Cineastas Amadores - ALCA. Em julho de 1979, em Curitiba, é criada a Associação Brasileira de Documentaristas, Setor Paraná - ADB-PR. E em 1982, também na capital, surge a Associação de Cineastas do Paraná - ACIPAR.

Nos anos 1980, o vídeo entra em cena, barateando ainda mais as produções. Alvetti (2005) salienta que, nesse terceiro período o cinema documentário paranaense não se atem apenas ao descritivo, como nos períodos anteriores, mas se volta ao posicionamento político, à denúncia, ao questionamento. Entre os exemplos citados por Alvetti, estão: Quarup Sete Quedas (1983) que mostra a preocupação ecológica, política e social de Frederico Fullgraff e Mato eles? (1982), de Sergio Bianchi, sobre questão indígena.

Fonte: ALVETTI, C. Cinema do Paraná - elementos para uma história. In: 3º Encontro Nacional da Rede Alfredo de Carvalho, 2005, Novo Hamburgo. GT de História da Mídia Audiovisual, 2005.

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