Anníbal Requião

Fotógrafo e dono de livraria, Requião foi também dono do primeiro cinema de Curitiba, o Smart, inaugurado em 1908.

No Smart, Requião exibia seus filmes além de uma programação diária de filmes nacionais e estrangeiros. Costumava acompanhar as exibições com instrumentos musicais ou incensos, tentando ambientar melhor os filmes. "Desfile Militar de 15 de Novembro" marcou o início do cinema paranaense.

A produção cinematográfica de Requião vai se ampliando de 2 filmes em 1907, para 18 em 1909. Suas filmagens não ficaram restritas à capital. Em 1910 fez uma viagem ao interior do Estado, para registrar aspectos da natureza e da vida interiorana em filmes como: "Da serrinha aos primeiros saltos do Iguaçu" ou "Panoramas campesinos, cena da vida nas estâncias".

Seus filmes tiveram boa aceitação do público, tanto aqui no Paraná como no Rio de Janeiro.

Os temas de seus filmes foram, sem exceção, os acontecimentos oficiais e pasisagens do Estado, estas em menor número.

Dos 300 filmes que teria realizado, dois deles foram recuperados pela Cinemateca do Museu Guido Viaro, em Curitiba: "Panorama de Curityba" e "Carnaval em Curitiba", ambos da década 10.

A relação dos títulos dos filmes feitos por Requião, conforme referências da imprensa da época, permite apontar para a hipótese de que seu trabalho em cinema estava intimamente ligado aos organismos oficiais, seja por uma relação de trabalho, seja por opção particular pelo registro de solenidades do gênero.

A produção de Requião começou a diminuir em 1912, ano em que foram resgistrados apenas três filmes. Relacionado à guerra do Contestado Requião filmou, em 1912, "A chegada dos funerais do coronel João Gualberto", exibido em novembro daquele ano em seu cinema. Durante o mês de outubro daquele ano, o Cine Smart realizou sessões permanentes destinadas à renda das famílias dos soldados mortos em combate, nos campos do Irany.

Até 1919-20 nenhum outro cineasta, além de Requião, apareceu nos noticiários.