Disciplina - Cinema

João Baptista Groff


Como Requião, Groff também era fotógrafo e começou a filmar por simples curiosidade: recebeu por engano, em sua loja, uma máquina de filmar. Dedicou-se ao filme documentário, mantendo a postura de um fotógrafo, apenas registrando os acontecimentos, sem emitir juízos de valor sobre eles.

Foi proprietário da revista "Illustração Paranaense", porta-voz do movimento paranista.

O primeiro trabalho conhecido de Groff foi imagens de uma viagem a Foz do Iguaçu, quando filmou aspectos do caminho, as Cataratas do Iguaçu e as Sete Quedas, em Guaíra. Era a primeira vez que um cinegrafista paranaense filmava as Cataratas do Iguaçu. Feito e exibido em 1926, o filme recebeu o nome de Iguassu e Guayra, com um tal sucesso que chegou a ser vendido aos americanos, que o utilizaram como parte de um filme chamado "Maravilhas da Natureza".

Filmes documentário tinham um público mais garantido, embora o circuito cinematográfico tivesse cada vez mais tomado por filmes estrangeiros, pois aboradavam assuntos regionais, como os primeiros filmes de Groff, sobre as Cataratas do Iguaçu e mostrando o carnaval de 1926.

"Este tipo de filme era, segundo pesquisadores do cinema brasileiro, o que sustentava a produção cinematográfica, assegurando a mínima regularidade dos produtores nacionais. Geralmente, a produção era paga por empresas ou pessoas promovidas pelo filme, o que se convencionou chamar de filme de "cavação"'. (STECZ, ?????, p. 103).

Essa questão remete às temáticas prinicpais do cinema brasileiro do início do século, marcadas pelos "ritos de poder", durante todo o período mudo. No Paraná esta regra não é quebrada. A elação de títulos dos filmes paranaenses prova isso.

O nome de João Baptista Groff somente voltaria a aparecer nos jornais por volta de 1930, quando da exibição de seu filme mais importante: "Pátria redimida". Registrando o movimento das tropas dos diversos regimentos reunidos na cidade, e toda a movimentação que acontecia na cidade em função da Revolução de 30,  Groff pretendia obter sucesso e lucro com o filme, que tinha possibilidade de distribuição em nível nacional.

Além das filmagens locais, Groff resolveu seguir as tropas. Para isso, comprou uma farda e obteve a autorização das Forças Revolucionárias e da 5a. Região Militar. O resultado da ousadia do realizador foi um importante documento sobre a Revolução de 30. Este filme foi restaurado e encontra-se no acervo da Cinemateca do Museu Guido Viaro, em Curitiba.

"Patria redimida" é um filme mudo realizado em cinco partes. Suas legendas foram confeccionadas pelo jornalista Alfredo Barros Cassal, do jornal Diário da Tarde, e são em número de 100, descrevendo todos os aspectos da Revolução.

Para a abertura do filme, Groff encomendou ao artista paranaense João Turin uma estátua de gesso que representava a pátria guardada por um soldado revolucionário. Com estreia no dia 07 de dezembro de 1930, "Pátria redimida" alcançou o sucesso esperado por Groff não apenas em Curitiba, mas também nos outros Estados em que foi exibido.

Embora tenha abandonado a realização cinematográfica, não abandonou o cinema. Comprou o Cine América, do qual foi proprietário durante dez anos.
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