Disciplina - Cinema

Arthur Rogge

Arthur Rogge, entre os pioneiros do cinema no Paraná, foi o que tentou dar um salto do cinema artesanal para a indústria cinematográfica. Viajou, por conta própria, a Hollywood, onde comprou equipamentos modernos (uma câmera Bell Howell, modelo1928, uma Eyemo automática, lentes, equipamentos para copiagem e iluminação) com a finalidade de montar uma indústria cinematográfica em Curitiba. De volta dos Estados Unidos comprou um terreno na estrada que liga Curitiba a Paranaguá, com o objetivo de construir ali um estúdio para locações cinematográficas.

Em Hollywood, Rogge realizou seu primeiro filme, "Hollywood Studios", em1928, sendo revelado em Curitiba, no seu próprio estúdio. O filme possui uma montagem ágil e trucagem perfeita, recurso difícil de ser realizado na época. O filme mostra aspectos dos estúdios norteamericanos e da vida de grandes artistas da época.

Os anúncios relativos ao lançamento do filme salientam as possibilidades do cinema paranaense e as intenções de Rogge de produzir filmes falados. Embora de excelente qualidade, o equipamento que trouxe dos Estados Unidos não permitia a realização de filme sonoros. Assim, o alto investimento para este tipo de filme tiraria muitos realizadores do mercado brasileiro. Rogge não rsistiu à entrada no mercado dos processos Movieton (som ótico na película) e Vitaphone (som sincronizado por disco), que rapidamente tiraram o público do filme mudo.

Rogge fez ainda mais um filme chamado "O regresso de Miss Paraná à sua Terra Natal", em 1929, lançado no Theatro Palácio, do qual não existe cópia conhecida.

Dessa maneira, um ano após planejar o lançamento de uma empresa cinematográfica, em moldes industriais, Rogge vê seu sonho frustrado, pois o cinema mudo estav condenado à morte.

Além dos dois filmes citados não há referências de outras produções de Rogge. Sua empresa, a Rogge Produções ainda apareceria na imprensa, como em outubro de 1930, numa nota sobre o lançamento do filme do realizador gaúcho, Eduardo Abelim, "Pelo Brasil redimido", sobre a Revolução de 30 que afirmava que "o filme foi revelado nos estúdios da Rogge Produções".

No início da década de 40 Rogge vendeu seu equipamento para a Atlântida Cinematográfica do Rio de Janeiro, pondo fim à primeira tentativa de industrializar o cinema no Paraná.




Recomendar esta página via e-mail: