Disciplina - Cinema

Cinemas de Curitiba - História

Um pouco de história....

Os cinemas localizados na rua apareceram com o século XX, e se tornaram símbolos de modernidade e glamour, influenciando a sociedade na formação e interpretação de seus costumes, sonhos e tradições, e igualmente com o século XX partiram, sob o saudosismo de várias gerações que cresceram sob suas luzes e fantasias. Um dos principais pontos de encontro, o cinema de rua marcou época, e fez parte da vida social da grande maioria das cidades brasileiras. Inicialmente improvisados, com cadeiras de palha, utilizando salões de baile, teatros e sociedades, com o passar do tempo foram ficando mais sofisticados, com edifícios construídos especialmente para as projeções.

No final do século XX, porém, mediante as mudanças sociais que banalizaram a violência urbana, o surgimento dos shoppings foi a solução plausível para a insegurança das ruas. O cinema de rua se tornou vulnerável e começou a decair, pela queda na frequência. A multiplicação das salas de cinema dos shoppings veio ao encontro não apenas da necessidade da segurança que as ruas não mais ofereciam, mas também em virtude da grande oferta e rotatividade de filmes, quando a sala de cinema menor em tamanho e maior em número possibilitava atender mais adequadamente à demanda cinematográfica.

Em Curitiba, salas foram construídas especialmente para a projeção de cinema. De acordo com o almanaque "Guia Paranaense", em 1916 Curitiba contava com sete cinemas: Cine Mignon, Cine Éden, Cine Smart, Cine Radium, Cine Bijou, Cine Progresso, Cine América. O Cine Avenida foi construído em 1929 exatamente com a finalidade de ser um cinema. Os cinemas de rua marcaram presença através do século XX, e houve época, particularmente nos anos 70, em que 15 cinemas estiveram funcionando ininterruptamente nas ruas da cidade.

Quando surgiu o cinema no Shopping Curitiba, em 1996, com seis salas no conceito multiplex, os cinemas do centro da cidade começaram a perceber uma queda crescente no movimento, o que foi acentuado quando surgiram as cinco salas do Shopping Crystal. Com a abertura, porém, de dez salas no então chamado Estação Plaza Show, hoje Shopping Estação, veio a tecnologia moderna e, a partir disso, muitos cinemas, como o Condor e o Lido, foram colocados à venda. O Cine Astor sobreviveu até a exibição do filme Titanic, recorde mundial de bilheteria. Quando saiu de cartaz, fechou. Atualmente, os cinemas de rua de Curitiba fecharam ou viraram bingos, igrejas, centros comerciais, e as quase 60 salas de cinema da cidade estão totalmente concentradas em shoppings.

Assim, a história dos Cinemas de Curitiba está entrelaçada com a história dos cinemas que se localizavam nas ruas, perpassando o século XX, iniciando com o 1º cinema da cidade, que se situava no Parque Coliseu Critibano, até o início do século XXI, quando a sobrevivência de alguns poucos cinemas prenuncia o fim dos cinemas de rua e o domínio incontestável das salas de cinema dos shoppings.

Trecho da Rua das Flores, em Curitiba.Trecho da Rua das Flores outrora chamado Cinelândia Curitibana, com o Edifício Moreira Garcez, onde funcionava o Cine Palácio.

No fim do século XIX, em 8 de junho de 1896, era realizada a 1ª sessão de cinema do Brasil, na Rua do Ouvidor, no Rio de Janeiro, e em 28 de fevereiro de 1900 era fundado o Cinematógrafo Paris, em São Paulo. Em 1907, foram inauguradas as 18 salas de cinema no Rio de Janeiro, entre 10 de agosto e 24 de dezembro. A partir de então, centenas de salas de cinema foram construídas pelo Brasil, e salões foram improvisados para a projeção dos filmes.

Em Curitiba, 25 de agosto de 1897, aconteceu a primeira exibição de imagens em movimento do estado do Paraná, e o local escolhido foi o Theatro Hauer, posteriormente Cine Marabá, em Curitiba.




Francisco Serrador

Após a 1ª projeção de cinema em Curitiba, no Theatro Hauer, o cinema só surgiria como entretenimento em 1904, com o empenho do imigrante espanhol Francisco Serrador, que viera para o Brasil em 1887. Serrador montou, em 1904, um cinema dentro do Parque Coliseu Curitibano, que oferecia diversões desde 1902. O Parque Coliseu fora fundado por Serrador, Manuel Laffite e Antonio Gadotti. Serrador, prevendo o sucesso que o cinema se tornaria, fundou a empresa Richembourg, especializada em exibições cinematográficas, ampliando seus interesses para o interior do Paraná e São Paulo.

Após 1907, Serrador parte para São Paulo, onde funda o Cine Bijou e outros 4 cinemas. Abre, também, cinemas em Campinas e Santos. Em 1910, monta no Rio de Janeiro o Cine Chantecler, e participa do início da Cinelândia Carioca. Dono da Empresa Brasil de Filmes, ou como era conhecida, “Circuito Serrador”, Francisco morre no Rio de Janeiro em março de 1941.

Antonio Mattos Azeredo

O português Antonio Mattos Azeredo, por volta de 1924, arrendara o Palácio Theatre e o Mignon Theatre e, mais tarde, o Cine Popular. A Cia. Cine Theatral Paraná era uma empresa dos sócios Annibal Requião, Joaquim Sampaio, Francisco Fido Fontana, Ângelo Casagrande e Antonio Mattos Azeredo, este com 55% das ações.

O Palácio Theatre era um barracão de madeira que pertencera a João Moreira Garcez, de quem Mattos Azeredo arrendou, fazendo nele melhorias. Quando foi construído o Edifício Garcez, no início de 1930, o cinema já era todo de alvenaria, e o público chegava até ele através do corredor no andar térreo do edifício, com entrada pela Avenida Luiz Xavier.

O Cine Mignon ficava na Rua XV de Novembro após a esquina da Rua Marechal Floriano, e pertencia a Joaquim Taborda Ribas; e Mattos Azeredo sublocava parte do imóvel.

Além desses dois havia ainda o Cine Popular. O Cine Theatral Paraná mantinha, além disso, exibições em três salões da sociedade alemã de Curitiba, no Teuto Brasileiro, no Andewerger e no Theatro Hauer.

Antonio Mattos Azeredo chegou ainda a explorar o primeiro Cine Glória, depois Cine Odeon, na Avenida Luiz Xavier, e na Rua XV de Novembro o Cine Imperial, que depois da Segunda Guerra Mundial passaria a se chamar Cine Vitória, e depois teria o nome novamente mudado para Cine Ritz. Azeredo ainda dirigiu o Cine Avenida, propriedade de Feres Merhy, com a saída do primeiro arrendatário, José Muzillo.

Francisco Zanicotti

Francisco Zanicotti abriria, no final da década de 1910, associado com Domingos Foggiatto, o Cine Central, antes Cine Éden, no início da Rua XV de Novembro, o Cine América, instalado num barracão que fora caserna do "Tiro Rio Branco", onde hoje está o Banco do Brasil no lado da Rua Dr. Murici, e o primeiro cine retirado do centro, o Cine Floriano que ficava na Rua Marechal Floriano entre as ruas Iguaçu e Silva Jardim.

Annibal Requião

No limiar da década de 1910, Annibal Requião, fotógrafo e pioneiro da cinegrafia no Paraná, instala o Cine Smart, na Rua XV de Novembro. Requião filmava os acontecimentos importantes ocorridos na cidade e os projetava em seu cinema durante a década de 1910.

Sociedade Morgenau

Por volta de 1919, a Sociedade Morgenau, quando não apresentava seus tradicionais bailes para a comunidade, arrastava as cadeiras para o salão, colocava um projetor e improvisava uma sessão de cinema. A partir de então, as vantagens financeiras da indústria do cinema promoveram a construção de salas diversas, especialmente construídas e organizadas para a projeção cinematográfica, envolvendo a sétima arte em uma atmosfera de glamour e sedução. O fascínio das salas de cinema conduziu não apenas ao aproveitamento comercial da projeção e suas arrecadações, mas também transformou o cinema em ponto de encontro, de informação, de influência e de status artístico, alcançando uma significação sociocultural que atravessou o século XX, de forma singular e indelével.

(Fonte: Wikipédia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_dos_cinemas_de_Curitiba . Acesso em: 14 ago. 2012).
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