Disciplina - Cinema

Cine Ópera

Fachada do Cine Ópera, em Curitiba, na década de 1910.O Cine Ópera era um dos cinemas da Cinelândia Curitibana, na Avenida Luiz Xavier. Ficava no Edifício Eloísa, de 6 andares, construído pelo professor David Carneiro, inicialmente projetado apenas para ser residencial. O andar térreo do edifício foi dividido, porém, para a entrada do Cine Ópera e também para uma luxuosa confeitaria, explorada pela Sra. Elsa, famosa por seus doces. O nome do edifício, "Eloísa", foi a homenagem que o professor David Carneiro fez a sua primeira filha, Eloísa Eliodora Alice Carneiro Lacerda (12/08/1933-18/03/1938), falecida devido à doença crônica.

O Cine Ópera foi inaugurado em julho de 1941, com “All This And Heaven Too” (Tudo Isso e o Céu também) (1940) de Anatole Litvak, e durante quase 30 anos, seria a sala mais movimentada da cidade, pois mesmo não tendo sido projetada como cine-teatro, ali aconteceram concertos, recitais (como o do tenor italiano Beniamino Gigli) e eventos como o I Festival do Cinema de Curitiba, em 1957, quando Ney Braga era prefeito. Sediou também 3 das 6 edições do "Tribunascope de Ouro", organizadas por Júlio Neto, João Feder e Henrique Lemanski, da "Tribuna do Paraná".

Construído o edifício, o professor David Carneiro arrendou o cinema, cujo luxo e conforto vinha rivalizar com o Cine-Theatro Avenida (inaugurado 12 anos antes, por Feres Mehry) a um jovem de Ponta Grossa, Leôncio Aranoski, que desejava entrar no mercado cinematográfico curitibano. A inexperiência de Leôncio Aranoski o fez, entretanto, fracassar como exibidor, e, acumulando dívidas, o Cine Ópera acabou sendo assumido pelo professor David Carneiro, que, mais tarde, entregaria a sua administração ao jovem Ismail Macedo. Anos depois, se afastaria da empresa - transformada em Orcopa, com outros sócios, e que em julho de 1965, seria vendida - já então como circuito de exibição ao comerciante Jorge Miguel Azuz, também de Ponta Grossa, que, em poucos meses, o passaria para o grupo Verde Martinez. O grupo Zonari (Vitória Cinematográfica) foi o último proprietário do cinema, antes de seu fechamento.

O Edifício Eloísa foi o primeiro edifício de Curitiba a ter um duplex, que o professor David Carneiro reservou para sua residência. Ali morou entre 1943/ 1949, quando construiu sua casa, anexa ao Museu, na Rua Brigadeiro Franco. Durante muitos anos, somente familiares, ou pessoas muito amigas, ocuparam os amplos, luxuosos e confortáveis apartamentos do edifício Eloísa, que só a partir dos anos 50 passaram a ter utilização comercial.

Na década de 70, oprimido por dívidas e compromissos advindos de um empreendimento empresarial malsucedido de seu filho, David Júnior, o professor Carneiro vendeu o edifício ao comerciante libanês Husseiam Hamdar que o negociaria, de uma forma muito lucrativa, com o grupo Mesbla, para ali ser instalada uma grande loja de departamentos.

O Cine Ópera foi fechado em 9 de janeiro de 1979, com a reprise de "Dio, come ti amo!".

(Foto: http://redcomfilms.blogspot.com.br/2012/03/primeiros-cinemas-curitibanos.html Acesso em 14 ago 2012).
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