Disciplina - Cinema

A História Vai ao Cinema

Capa do livro "A história vai ao cinema", de M. SoaresSOARES, M. de C.; FERREIRA, J.
São Paulo: Record, 2001.

Essa geração é "cinemeira", como dizia minha avó; como Lenin, acho que o cinema foi a arte do século XX, e os filmes agora não são mais vistos somente no delicioso escurinho do cinema, mas também na televisão ou vídeo. Os intelectuais, mesmo aqueles mais isolados em sua torre de marfin, apreciam cinema. "Papos-cabeça", tentando entender e/ou mudar o mundo ou o país (ou mesmo a nós mesmos, o que é tão difícil quanto o resto), se deram muitas vezes a partir de discussões sobre filmes que nos toca(va)m mais profundamente. E ver o filme como recurso didático vem do velho Jônatas Serrano no começo do século. Assim esta coletânea tem papel importante e útil, e surpreende-me que esta idéia - com filmes nacionais com sucesso de público e crítica - não tenha surgido antes. A seleção dos filmes e comentadores (especialistas nos temas e objetos) é feliz por cobrir temáticas fundamentais. Nas análises dos "filmes de autor", debruçados sobre o povo e história do Brasil, em diversos tempos e espaços, surgem nossas grandes questões: a questão democrática e a nacional, a desigualdade social, nossa identidade cultural, as chamadas "minorias" (mulheres, negros, trabalhadores...), como se pensar o indivíduo na história etc. Cinema, literatura, história tratam de estórias de estórias de formas cada vez mais próximas. Numa diversidade do caleidoscópio, a história - cada vez menos uma régua de medir, com seu relato linear - me parece progressivamente mais fascinante: não é um passado único, morto, mas diferentes representações que, através de documentos do passado, são passíveis de construção...  (Trecho da contra-capa com introdução da professora, doutora de História da Universidade de Campinas, Vavy Pacheco Borges).


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